segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Olá meus queridos!!!!

Estou postando, com muito orgulho de nossos professores e de todos os outros que estiveram presentes no evento: 2º Congresso de Boas Práticas Educacionais: forma de planejar e agir do professor no cotidiano

Um espaço promovido pela Magistra - Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores, onde os educadores do Estado de Minas Gerais compartilharam experiências de sucesso que desenvolveram com seus alunos. Também participaram de Minicursos, Mesa Redonda e uma Edição Especial do Programa Roda de Conversa. Os diálogos "pelos corredores" também foram muito enriquecedores!!!!

A noticia boa é que estarei postando alguns Projetos inovadores apresentados no Congresso! Aguardem!!!!

Bjos,
Eliana


Professores da SRE Caxambu que participaram do Evento (da esquerda para direita: Jany-Geografia, Gisele - Ciências, Gracyane - Biologia, Jeruza - Física, Ruanna - Analista Matemática, Antonio - Matemática, Eliana - Analista Geografia (eu...), Ilza - Física e Eliete - Matemática.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Parabéns a aluna Moara de Carvalho Ribeiro da Escola Estadual Nilo Peçanha, Itamonte-MG, ela é a vencedora do Concurso "Eu faço a diferença com o PROEB", promovido pela nossa Superintendência, concurso idealizado pela minha querida Anjaly Lopes!

Moara nos presenteou com a frase e mascote abaixo:

Valeu Moara!!!!!...Bjos minha querida!!!!




Meus queridos,

Os Planos de Aula postados nesse momento são acessíveis ao 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, bem como ao 1º ano do Ensino Médio.

Aguardem futuras postagens aos demais anos de escolaridade, tudo bem?!

Vocês poderão adaptá-los e/ou utilizá-los à maneira que desejarem!

Aproveitem!!!

Bjos,
Eliana




Para debater as políticas territoriais no Brasil atual

Introdução
Nos primeiros meses de 2008, dois fatos paralelos ocuparam os noticiários nos principais órgãos de comunicação no Brasil: o envolvimento de ministros como Dilma Roussef, da Casa Civil, na divulgação de dossiê sobre gastos públicos no governo federal no segundo mandato do presidente Fernando H. Cardoso; a crise envolvendo Colômbia e Equador, por conta do ataque das forças armadas colombianas a uma unidade das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que promove luta armada contra o governo central colombiano desde 1964) instaladas em pleno território equatoriano, o que viola o princípio da soberania territorial - combustível para inúmeros conflitos territoriais no mundo contemporâneo.
O que há em comum entre esses dois eventos? Ambos têm ligações evidentes com os rumos e o desenvolvimento de políticas territoriais do Estado brasileiro, tanto internamente como no contexto regional sul-americano. A ministra, juntamente com o presidente da República e outros ministros "núcleo duro" do planejamento estratégico do governo federal, é considerada uma das idealizadoras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado no início de 2007. Trata-se de um extraordinário conjunto de investimentos públicos e privados em infra-estruturas, envolvendo recursos da ordem de R$ 500 bilhões até o ano de 2010. Entre os programas estão a recuperação ou construção de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, ampliação do potencial energético do país, reformas urbanas e saneamento básico, que poderão trazer uma profunda e radical transformação na configuração territorial do país.
O episódio envolvendo os dois países vizinhos é mais um desafio ao projeto de integração física, territorial e econômica da América do Sul, que vem sendo desenvolvido no âmbito das entidades regionais sul-americanas e tem o Brasil como um dos principais protagonistas. Uma parte significativa das obras do PAC está direcionada para a integração sul-americana, colocando a bacia amazônica num dos principais centros de operações do programa. Assim, para compreender os novos horizontes das políticas territoriais levadas à frente pelo Estado brasileiro é imprescindível levar em conta a estabilidade político-econômica e os debates sobre o desenvolvimento do país, assim como a formulação de projetos com objetivos e interesses comuns no âmbito do países do subcontinente.
Conforme o geógrafo Wanderley Messias da Costa, as políticas territoriais inscrevem-se nos campos da geografia política e da geopolítica e abrangem "toda e qualquer atividade estatal que implique, simultaneamente, uma dada concepção do espaço nacional, uma estratégia de intervenção ao nível da estrutura territorial e, por fim, mecanismos concretos que sejam capazes de viabilizar essas políticas" (COSTA, 1988, p. 13-14). Dessa forma, interessam aqui tanto as políticas de desenvolvimento regional e integral territorial nacional (como o estudo das redes técnicas de energia, transporte, comunicações e informação) como as urbanas, ambientais, de instalação estratégica de atividades produtivas, povoamento e estímulo à expansão de fronteiras internas e externas ou o controle e vigilância das fronteiras. Abordagens contemporâneas da geografia política incluem nesse rol também o exame do exercício das várias formas de poder, como as relações entre a sociedade civil e as formas institucionalizadas de poder em modernas sociedades democráticas.
Por meio de estudos, pesquisas e seminários para apresentação e debates, esta sequência didáticos propõe que os alunos se debrucem sobre as políticas territoriais do Estado brasileiro. A ideia é que possam analisar as intenções e desdobramentos contidos nos recentes programas de intervenção no território, que estão na ordem do dia do país, e avaliem algumas de suas repercussões para o conjunto da sociedade brasileira.

Objetivos
a) Reconhecer e analisar o papel das políticas territoriais na construção e organização do espaço geográfico nacional.
b) Compreender o processo de ocupação do espaço brasileiro e do continente americano e sua relação com o Brasil e o mundo, a partir do uso de diferentes linguagens.
c) Utilizar recursos da leitura, escrita, observação e registro em procedimentos de pesquisa.

Conteúdo
Estado - Políticas territoriais - Desenvolvimento econômico-social

Ano
9º ano

Tempo estimado Cinco aulas de 1 hora

Material necessário Textos e mapas em anexo

Desenvolvimento das atividades
Primeira aula Apresente o tema geral das próximas aulas e discuta com os estudantes metodologias, procedimentos e focos temáticos para a sua execução. Dedique as duas primeiras aulas ao entendimento dos enfoques possíveis para o tema. Se necessário, leve para a sala de aula notícias, reportagens e artigos destacando fatos relacionados ao tema das políticas territoriais no Brasil. Para melhor situar os estudantes nos contextos que envolvem esse tema, esclareça que as políticas territoriais atuais decorrem de uma sucessão de planos do governo federal como o Plano Pluri-anual (PPA) de 1996-99, conhecido como Brasil em Ação, de 2000-2003 (Avança Brasil), de 2004-2007 (Brasil de Todos) e as previsões para o quadriênio 2007-2010, integrados pelas vultosas obras do atual PAC. Todos esses planos tinham entre seus objetivos a consolidação de políticas de integração regional da América do Sul e também a integração da Amazônia ao espaço produtivo brasileiro.
Por exemplo, o Brasil em Ação, baseado na idéia de eixos nacionais de integração e desenvolvimento, tinha entre seus projetos a recuperação de estradas como a BR 364 (Brasília-Acre) e BR- 163 (Cuiabá-Santarém); o asfaltamento da BR 174 (Manaus-Boa Vista), além da implementação das hidrovias do Araguaia-Tocantins e do Madeira e do gasoduto de Urucu, próximo a Manaus. No Avança Brasil, parte desses projetos, cumpridos apenas parcialmente, foram retomados, acrescentando-se também projetos como os que estão voltados ao vale do rio São Francisco e a hidrovia Paraguai-Paraná, além de construir um eixo voltado à saída para o Mar do Caribe, com a rodovia Manaus-Boa Vista-Venezuela. Nos últimos têm estado em pauta também os projetos de integração energética, em especial com a Venezuela, além das dissensões sobre a importação de gás da Bolívia.
Ainda que esbarrando em inúmeros obstáculos institucionais, como as questões de natureza ambiental, como a que levou à suspensão temporária da hidrovia do rio Madeira, ou social, como a forte oposição às obras de transposição das águas do rio São Francisco, os projetos são bastante explícitos quanto aos propósitos: tornar a economia sul-americana mais competitiva no cenário internacional, com o Brasil à frente e promover o desenvolvimento econômico pela integração dos chamados "espaços de reserva", como a Amazônia - sobretudo sua faixa ocidental.
Vale lembrar também a incorporação do Mercosul, com todos os seus impasses e (poucos) avanços, a esse quadro. Articulam-se aqui interesses dos Estados envolvidos, mas também de grandes corporações empresariais (dos setores de energia, mineração e construção civil), do setor financeiro e de elites políticas regionais. Participariam também agências de fomento, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Corporação Andina de Fomento (CAF), o BNDES brasileiro; junto com governo e empresas, integram-se a iniciativas como o Integração das Infra-estruturas Regionais Sul-Americanas (IIRSA), criado no ano de 2000 e que vem funcionando não sem disputas internas e conflitos de interesse (em especial, entre lideranças emergentes de diferentes países sul-americanos).
Para as análises desse complexo quadro, considere também que, embora com enfoques, recursos e abrangência distintos, os planos atuais guardam algum parentesco com os famosos planos nacionais de desenvolvimento colocados em marcha na década de 1970, caso da expansão da malha rodoviária. Da mesma forma, os sucessivos planos nacionais têm em comum o déficit de participação das populações e grupos sociais regionais na definição dos principais rumos e investimentos (veja sugestões e indicações nesse plano de aula). Mas já não se trata do projeto de um "Brasil grande", de cunho marcadamente geopolítico, como antes, e sim de organizar uma "cooperação trans-fronteiriça e de integração continental", como salienta o geógrafo Hervé Théry.

Segunda aula Proponha que os estudantes se dividam em grupos de até cinco componentes para estudar, pesquisar e preparar produtos para serem apresentados de temas e assuntos que configurem o "estado da arte" das políticas territoriais atuais. Eles terão um grande leque de opções à disposição, a serem escolhidos segundo as preferências e interesses de cada grupo: As obras do PAC, A rede rodoviária na Amazônia, Integração energética da América do Sul, A questão do gás da Bolívia, Saída brasileira para o Oceano Pacífico, Eixos continentais de integração e desenvolvimento, Encruzilhadas do Mercosul, Conflitos políticos regionais na América do Sul, O Sistema de Vigilância da Amazônia, Brasil e Argentina: articulações meridionais, O projeto Arco Norte da Amazônia, entre outros. Eles deverão avaliar em que medida esses projetos dinamizam as regiões, quem são os atores sociais envolvidos e beneficiados e quais as questões sociais e ambientais envolvidas. Para ajustar o foco dos temas e definir as etapas de pesquisa, identificando o que precisam saber mais, peça aos alunos para examinar os textos e mapas em anexo. É importante também que tenham acesso às referências bibliográficas e os portais na internet sugeridos nesse plano de aula. Solicite que cada grupo apresente um plano de trabalho, definindo tema, abordagem, etapas da pesquisa, prazos e cronograma e produtos finais.

Terceira a quinta aulas Reserve um tempo nessas aulas para que os estudantes promovam as pesquisas necessárias para o desenvolvimento dos temas. Combine também com a turma a organização de seminários de apresentação dos resultados, estabelecendo a ordem de apresentação e tempo reservado ao debate do trabalho de cada grupo. Acolha as ideias e sugestões para apresentação dos resultados e providencie, juntamente com os estudantes e outros educadores e funcionários da escola, os recursos, equipamentos e materiais necessários. Vale a pena também definir coletivamente formas de exposição pública dos trabalhos, seja em painéis ou murais da instituição ou em um evento especialmente preparado para isso.

Avaliação
Para efeitos de avaliação considere os objetivos estabelecidos para a sequência didática e os processos e produtos gerados ao longo do trabalho. Considere as progressões individuais e coletivas na leitura e interpretação de dados em textos e mapas e valorize as capacidades de argumentação nos debates sobre as políticas territoriais no Brasil atual. Observe com especial atenção a participação individual e coletiva. Se necessário, prepare avaliações individuais após o balanço final do trabalho desenvolvido.


Interpretação de mapas de síntese

Objetivos
- Analisar um mapa de síntese a partir do título e da legenda para delinear as áreas de ocorrência dos fenômenos cartografados.
- Relacionar a distribuição dos dados no mapa de síntese para entender o problema geográfico em questão.
- Compreender a simbologia dos mapas, como ela é usada para representar os fenômenos retratados e a relação entre eles.

Conteúdo
Mapa de síntese.

Ano
9º ano

Tempo estimado
03 aulas

Material necessário
Cópias do mapa sobre Meio Ambiente no Brasil (se preferir, você pode usar outro livro ou atlas que contenha esse mapa), uma folha de papel vegetal ou similar, lápis preto e fita adesiva.

Flexibilização
Para alunos com deficiência física (nos membros superiores)
Prenda o mapa em uma prancheta ou fixe-o em uma mesa inclinada. Se necessário, amplie o tempo de realização de cada uma das etapas desse plano de aula para que o aluno com deficiência física nos membros superiores possa realizar as atividades. O papel vegetal também deve ser fixado em todas as extremidades sobre o mapa. Os lápis podem ser envolvidos em espuma, para dar firmeza ao aluno. Em casos mais severos, é possível fazer uso de órteses para que o aluno tenha mais mobilidade no punho e no polegar. Sempre que necessário conte com o apoio do profissional responsável pela sala de recursos, que pode ajuda-lo a desenvolver algumas habilidades do aluno no contraturno.

Desenvolvimento
1ª etapa
Distribua uma cópia em cores para cada aluno do mapa Brasil - meio ambiente (presente no Atlas Escolar e no Geoatlas, ambos de Maria Elena Simielli). Também é possível trabalhar com um mapa de síntese relacionado ao conteúdo de Geografia que está sendo estudado em sala com os alunos. Reúna os alunos em duplas e os conduza a observarem o mapa. Inicie a observação fazendo perguntas como: que tema é abordado? Que informações o mapa apresenta sobre esse tema? Como essas informações foram representadas? Para responder, oriente os alunos na leitura do título e da legenda. Eles também devem buscar na legenda a fonte dos dados e a data das informações, que são muito importantes para saber a validade dos dados. Se a data for muito antiga, os dados já estarão superados. Quanto à fonte, é importante saber se os dados foram obtidos em órgão oficial de pesquisa, o que lhe dá mais validade. Conduza uma exploração dos elementos e da simbologia do mapa, com o uso da legenda. Pergunte aos alunos sobre que variáveis visuais são usadas e o que cada uma delas representa, como: Que cores aparecem? Há pontos ou linhas? O elas indicam? Por exemplo, geralmente, são usadas cores diferentes para indicar a diferença entre os tipos de ocupação do espaço. No entanto, uma área pode ter mais de um tipo de informação. Questione sobre como isso pode aparecer no mapa. Um recurso é fazer hachuras sobre os tipos de ocupação do espaço, para indicar trechos com "contaminação do solo e da água por agrotóxicos", por exemplo, que ocorrem tanto em áreas profundamente transformadas pela ação antrópica quanto em áreas menos afetadas pela ação humana.
Vale lembrar que o entendimento de um mapa de síntese depende do conhecimento que o aluno tem sobre o tema abordado. As dificuldades, muitas vezes, originam-se na falta de conhecimento a respeito dos conceitos que ele representa. Caso isso seja identificado pelo professor, nesse momento cabe retomar o que já foi estudado, e até aprofundar o assunto com uma leitura específica.

2ª etapa
Proponha que façam uma análise separando as informações que o mapa representa. Para isso, explore a legenda com os alunos, para que eles identifiquem todos os fenômenos representados e os localize no mapa: onde ocorre tal fenômeno? Nesse caso, há informações sobre: tipos de ocupação do solo, áreas ameaçadas por poluição, tendências de expansão da ocupação antrópica, estado de conservação dos biomas. Diga para a garotada encontrar a relação que há entre esses dados. Por exemplo, no mapa indicado, "chuva ácida" ocorre em espaços profundamente transformados onde há poluição do ar e da água pela atividade industrial, esses espaços estão localizados no Vale do Paraíba, sul de Minas e sudoeste do Rio de Janeiro. O que isso significa? Há relação entre a chuva ácida e a poluição? Como isso fica evidente no mapa?
Há no mapa, linhas e setas que delimitam as tendências de expansão de ameaças ambientais, questione com os alunos: que tipos de ameaças elas indicam? Para onde estão avançando? Onde aparecem pontos de risco de poluição por petróleo e pontos de acidentes com fontes radioativas? Desafie os alunos a pensar sobre as relações entre as áreas, linhas e pontos que analisaram. Em que tipo de ocupação do espaço os pontos de risco estão concentrados? Quais são as tendências de expansão das ameaças ambientais? Coloque em discussão como a situação de risco ambiental foi representada. 

3ª etapa
Um passo mais avançado é, após essa análise detalhada, entender a dinâmica espacial que o mapa propõe. Comente isso com os alunos e peça que identifiquem a distribuição dos conceitos e informações representados no mapa, eles devem notar que se formam conjuntos espaciais onde predominam certas características.
Com uma folha de papel vegetal (ou similar) colada com fita adesiva sobre o mapa, os alunos irão agora delinear esses conjuntos espaciais, traçando seus limites com um lápis preto. Peça que numerem os conjuntos.

Avaliação

Para concluir, proponha a seguinte discussão: Para que serve um mapa de síntese? Qual sua importância para se entender um problema geográfico? Anote no quadro as respostas dos alunos. Oriente a conversa, mostrando a importância desse tipo de mapa para o estudo da Geografia. Em seguida, solicite que escrevam sobre as condições ambientais e ameaças de risco de cada um dos conjuntos espaciais vistos na etapa anterior. É bom ter claro que, diferente dos demais mapas temáticos, um mapa de síntese representa conceitos ou informações com o objetivo de abordar uma situação ou um problema geográfico e produzir uma síntese, relacionando diversos fenômenos sob uma visão de conjunto do território cartografado. Esse tipo de mapa resulta de um estudo, de uma pesquisa que geralmente define conceitos que são representados sob a forma de um mapa. Portanto, para entender um mapa de síntese é necessário conhecer o que ele representa.

Fonte:http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/interpretacao-mapas-sintese-643175.shtml
Regionalização dos espaços mundiais: repensando classificações

Introdução
Classificar determinados objetos, eventos ou fenômenos implica separá-los, ordená-los e agrupá-los segundo determinados critérios e objetivos. Durante muito tempo, a Geografia, de modo geral, e a geografia escolar, em particular, operaram com classificações de países segundo seus níveis de desenvolvimento econômico-social ou organização do modo de produção. Assim, classificações de países como desenvolvidos, subdesenvolvidos, em desenvolvimento, 1º, 2º e 3º mundo, países ricos e países pobres, entre outras, povoaram os livros escolares, muitas vezes sem explicitar os critérios e indicadores utilizados ou até mesmo ficando à margem do profundo e acelerado conjunto de mudanças que vêm afetando os quatro cantos do planeta nas duas últimas décadas.
Entre elas, as extraordinárias inovações tecnológicas nos meios de transporte, comunicação e informação, o advento da globalização (ainda que centrada na economia, comunicação e informação), a consolidação de conglomerados transnacionais e do sistema financeiro global (atores cada vez mais desterritorializados), o desmoronamento do "socialismo real", surgimento ou desaparecimento de novos Estados nacionais, a emergência de redes geográficas de alcance planetário, a constituição de blocos comerciais regionais, o elevado crescimento econômico de "países emergentes" e outros. Vale a pena citar a dinâmica espacial dos circuitos ilegais da economia (sobretudo o narcotráfico) e dos chamados grupos terroristas, que utilizam redes de comunicação modernas e frações de diversos territórios como base de suas operações.
Também parece cair por terra a certeza de que as fronteiras nacionais estavam com os dias contados, já que recrudescem formas de vigilância e controle de acesso aos territórios, num "retorno do território" especialmente nos Estados Unidos e na Europa ocidental, não raro alegando questões de segurança nacional. Conflitos e guerras regionais, de cunho marcadamente territorial, também se inscrevem nessa lógica.
Embora o uso das classificações convencionais seja frequente tanto em manuais escolares como em veículos de imprensa, o que se recomenda é o seu uso de forma cuidadosa. Assim, reconhecer formas de regionalização - processo contínuo e desigual de diferenciação de áreas, ou constituição de regiões - dos espaços mundiais para fins de análise tornou-se tarefa muito mais complexa, para além da soma de indicadores econômicos ou do papel das nações numa dada divisão internacional do trabalho.
Convide os estudantes nesta sequencia didática a examinar criticamente essas questões, refletindo sobre novos elementos que tornam mais intrincadas e complexas as relações entre lugares, povos, nações e culturas no mundo contemporâneo.

Objetivos
Ler e interpretar diferentes representações cartográficas para compreender questões contemporâneas da realidade mundial. Compreender e utilizar noções de território e rede geográfica para analisar processos e eventos da realidade mundial.

Conteúdos específicos
Regionalização
Espaços mundiais
Rede geográfica
Território

Ano
8º e 9º anos

Tempo estimado
Quatro aulas

Material necessário
Textos de apoio (abaixo)
Mapas e esquema (mapas 1 e 2, mapa 3, mapa 4, mapa 5 e esquema)

Desenvolvimento
1ª aula Para iniciar o trabalho, proponha uma análise crítica sobre as classificações regionais de países que aparecem nos mapas 1 e 2. Sugira que reflitam e deem exemplos sobre a possibilidade ou não dessas classificações regionais apreenderem a complexidade do mundo em que vivemos. Converse com a turma e mostre que, no caso do primeiro mapa, países como a China, Índia e outros do Sudeste asiático alcançaram nos últimos anos expressivos resultados econômicos e melhoria de indicadores sociais, especialmente no caso da primeira. O mesmo critério se aplicaria em diferentes doses a outros países, como Coréia do Sul, México e Brasil. No caso do segundo mapa, destaque que muito pouco dessa classificação pode ser aproveitada atualmente, face à ruína do modelo soviético e a consequente incorporação de nações como as do Leste europeu à economia de mercado. Devem ser considerados também os bolsões de pobreza na América do Norte e as ilhas de prosperidade nos países considerados pobres ou subdesenvolvidos. Peça aos estudantes que organizem as informações que resultaram de suas observações e dos debates em sala de aula.

2ª aula Proponha a seguir o exame do esquema elaborado pelo geógrafo David Harvey e o mapa 3, com sistemas de comunicação e seu alcance planetário. Eles auxiliam na compreensão da constituição de redes geográficas contemporâneas. Do latim retis, que significa "fio", a rede é um conjunto de linhas interconectadas que permitem a circulação de fluxos de toda ordem. Elas asseguram a interação entre diferentes espaços, já que no contexto atual tornam mais rápido e eficiente o transporte e a circulação de bens, pessoas e informações. Embora haja uma difusão desigual das inovações, essa nova geografia das redes possibilita também comunicações instantâneas à distância e cria as condições para que empresas transnacionais e o sistema financeiro global operem em escala planetária. Os alunos poderão verificar isso também na configuração de outras redes, como o acesso à internet e usuários desse sistema no mundo ou via as operações no mercado financeiro, o "dinheiro que nunca dorme". Peça aos estudantes que registrem as novas observações.

3ª e 4ª aulas Solicite à turma que observe agora o mapa 4 e o mapa 5, que apresentam organismos e blocos econômicos que denotam processos de integração regional no mundo e no exemplo do continente americano. Os blocos, sejam eles áreas de livre-comércio, uniões aduaneiras ou mercado comum, são associações criadas por grupos de países para retirar entraves aos intercâmbios comerciais e permitir aos países-membros a adoção de regras comuns internas e nas relações com outros blocos ou nações - o que lhes confere maior peso político e econômico na arena mundial do que se fizessem transações individualmente. Expressando novas fronteiras econômicas, possibilitam a proteção dos mercados internos ao mesmo tempo em que viabilizam a participação em melhores condições no competitivo mercado mundial.
Chama atenção na constituição dos diferentes blocos as associações entre países em diferentes condições econômico-sociais, assim como a participação de vários Estados nacionais em mais de um organismo de cooperação econômica. De outro lado, não foram superadas ainda uma série de questões de ordem política e cultural internas aos blocos, como o nacionalismo e o separatismo. Leve em conta também que no debate internacional envolvendo questões econômicas ou geopolíticas, é possível reconhecer alianças entre países "desenvolvidos" e "subdesenvolvidos", caso dos protocolos sobre meio ambiente, ou que colocam países pobres em posições opostas, caso da candidatura de países para integrar o Conselho de Segurança da ONU.
A partir das informações sobre novos elementos que interferem na organização e regionalização dos espaços mundiais e na relação entre lugares, povos e países, proponha aos estudantes a elaboração de um texto dissertativo sobre o tema. Considere também a possibilidade de desdobramento em novos temas sobre a realidade mundial contemporânea.

Avaliação
Para avaliar as etapas desenvolvidas nessa sequência didática, considere os objetivos estabelecidos inicialmente e os processos e produtos com os quais os alunos estiveram envolvidos ao longo do trabalho. Considere as progressões individuais e coletivas na leitura e interpretação de dados em textos e mapas e valorize as capacidades de argumentação nos debates sobre a regionalização dos espaços mundiais. Se necessário, prepare avaliações individuais após um balanço final do trabalho desenvolvido.

Textos de apoio ao professor

A globalização 
A globalização não é um processo universal que atua da mesma forma em todos os campos da atividade humana. Ainda que se possa dizer que há uma tendência histórica natural para a globalização nas áreas de tecnologia, comunicações e economia, isso certamente não vale para a política (...)
Não acho que seja possível identificar a globalização apenas com a criação de uma economia global, embora este seja o seu ponto focal e sua característica mais óbvia. Precisamos olhar para além da economia. Antes de tudo, a globalização depende da eliminação de obstáculos técnicos, não da eliminação de obstáculos econômicos. Ela resulta da abolição da distância e do tempo. Por exemplo, teria sido impossível considerar o mundo como uma unidade antes de ele ter sido circunavegado no início do século XVI. Do mesmo modo, creio que os revolucionários avanços tecnológicos nos transportes e nas comunicações desde o final da Segunda Guerra Mundial foram responsáveis pelas condições para que a economia alcançasse os níveis atuais de globalização.
Fonte: Eric Hobsbawn. O novo século: entrevista a Antonio Polito. São Paulo: Cia. das Letras, 2000, p. 70-73.

O mundo e suas redes 
O mundo tem uma distribuição desigual de recursos e também uma exploração desigual destes recursos. As redes são distribuídas desigualmente no mundo, em função das densidades humanas, do tempo que o espaço já tenha sido manejado, dos níveis de vida e do tipo de desenvolvimento econômico. As densidades e a integração das redes - particularmente estudados pela Geografia - estão entre os principais critérios de observação das desigualdades do desenvolvimento no mundo. Hoje, toda a política nacional de desenvolvimento passa pelo desenvolvimento de infraestrutura de comunicação e, normalmente, pela conexão às redes internacionais.
Fonte: Roger Brunet e Olivier Dollfus. Mondes noveaux. Paris: Hachette/Reclus, 1990, p. 400.

As redes, a competitividade e a fluidez 
Uma das características do mundo atual é a exigência de fluidez para a circulação das idéias, mensagens, produtos ou dinheiro, interessando aos atores hegemônicos. A fluidez contemporânea é baseada em redes técnicas, que são um dos suportes da competitividade. Daí a busca voraz de ainda mais fluidez, levando à procura de novas técnicas ainda mais eficazes. A fluidez é, ao mesmo tempo, uma causa, uma condição e um resultado.
Criam-se objetos e lugares destinados a favorecer a fluidez: oleodutos, gasodutos, canais, autopistas, aeroportos, teleportos. Constroem-se edifícios telemáticos, bairros inteligentes, tecnopolos. Esses objetos transmitem valor às atividades que deles se utilizam. (...)
O ritmo que se pede a cada objeto, para que participe eficazmente da aceleração desejada, supõem que se conheçam de antemão os tempos de seu uso, as velocidades que se podem alcançar e os custos respectivos.
Fonte: Milton Santos. A natureza do espaço. Técnica e Tempo. Razão e Emoção. São Paulo : Hucitec, 1997, p.218. 



Projeções cartográficas

Objetivos
- Discutir diferentes maneiras de representar a Terra nas superfícies planas (planisférios).
- Compreender aspectos ideológicos dos mapas.

Conteúdo
Projeções cartográficas.

Anos
8º e 9º anos.

Tempo estimado
Uma aula.

Material necessário
Mapa-múndi, lápis e borracha.

Desenvolvimento
1ª ETAPA Pergunte aos alunos quais são as principais características do mapa-múndi que eles conhecem. Anote todas as informações no quadro. Relacione as características levantadas com as que de fato existem no mapa.

2ª ETAPA Com o mapa-múndi em mãos, explique que esse planisfério foi produzido com base em uma superfície cilíndrica de projeção. Para que os alunos visualizem a explicação, você pode enrolar o mapa, formando um cilindro. Explique que há também outros tipos de projeção - por exemplo, a azimutal (como a dos pólos, construída sobre um plano tangente a um ponto qualquer da esfera terrestre).

3ª ETAPA Converse com a classe sobre os motivos das diferentes formas de representar a Terra. Ressalte os aspectos ideológicos, uma vez que os planisférios usados no mundo ocidental são, em sua maioria, eurocêntricos (centrados na Europa). Levante, então, a questão: será que o planisfério usado em países do Oriente, como o Japão, é igual ao que usamos no Brasil? Mostre um mapa japonês e provoque a comparação.

Avaliação
Observe a participação nos debates. Em textos individuais, peça que os alunos analisem os aspectos ideológicos dos planisférios.




O lugar do comércio no mundo e o mundo do comércio no lugar

Neste projeto didático, você vai ver como mediar os primeiros passos da turma para investigar o comércio no lugar em que moram e desvendar o papel dele na trajetória local, observando os registros de seu movimento pela cidade.

Objetivos
- Desenvolver habilidades de leitura da paisagem e do lugar onde se vive.
- Identificar as transformações e permanências na paisagem.
- Reconhecer o comércio como forma de ligação com o mundo.

Conteúdos
- Paisagem como lugar.
- Organização do espaço.
- Função comercial na paisagem urbana.

Anos
8º e 9º anos.

Tempo estimado
Dois meses.


Material necessário
Caderno, lápis preto, caneta, máquina fotográfica e / ou filmadora, plantas e mapas do local e/ou internet para consulta de imagens, textos e mapas.

Produto final
Documentário sobre a cidade.



Flexibilização
Para alunos com deficiência visual (que conseguem distinguir claro e escuro)
Ao questionar os alunos quanto a imagens trabalhadas na primeira etapa, descreva oralmente o que está sendo observado. Releia as sínteses registradas na lousa. Se houver condições solicite que anotem os registros para ler para a turma. É importante que os textos de apoio e os registros coletivos sejam oferecidos em braile para o aluno cego. Esse aluno pode, antecipadamente, entrevistar moradores que trabalham no comércio que possam falar sobre as características do seu trabalho na cidade. Essas entrevistas podem ser gravadas e transcritas em parceria com alunos sem a deficiência visual. Se necessário, amplie o tempo de realização desta etapa para o aluno. Os alunos devem produzir e ter acesso aos registros e ao caderno de campo em braile. O trabalho com a fotografia os alunos que conseguem distinguir claro e escuro podem com apoio da AEE, trabalhar a fotografia em pinhole (veja como construir no site). Na etapa 'documentário', os alunos podem participar como narradores ou colaborar com a edição do vídeo, com a ajuda de softwares como o DosVOX, que permite o acesso a computadores.

Desenvolvimento
1ª etapa
Selecione imagens antigas e recentes do comércio no centro da cidade. É importante que elas contenham representações do mercado central, de feiras livres, das lojas de bairro e de shopping centers. Lembre-se de incluir fotos do comércio de rua (vendedores ambulantes, feiras de artesanato, vendedores de bilhetes de loteria, bancas de jornal etc.). Escolha também imagens de obras ainda em execução, de marcos históricos, dos locais mais movimentados do centro e de detalhes da vida cotidiana. Se necessário, produza você mesmo as imagens com uma câmera fotográfica digital.
Com a turma reunida num grande círculo, mostre algumas imagens e questione os alunos sobre o que eles conhecem dessas paisagens. Para acessar o que a turma sabe sobre a função do comércio na produção do espaço, ao exibir as fotografias, pergunte o que a garotada conhece sobre o comércio da cidade, os tipos existentes, onde se concentram etc. Pergunte também se as atividades comerciais sempre foram dessa forma e como elas eram antes. Acrescente informações curiosas e perguntas desafiadoras. Por exemplo, em cidades litorâneas que vivem do turismo, sempre há uma produção artesanal que marca um saber local. Às vezes há mercados típicos para esses produtos. Anote as respostas dos alunos como palavras chave (ao final do projeto você deve retomar essas anotações).

2ª etapa
Pergunte o que a turma acharia de produzir um vídeo documentário sobre o comércio hoje e ontem na cidade. Explique que para essa produção será preciso seguir algumas etapas. Levante com a turma quais seriam elas e como começar o trabalho. Proponha que a primeira delas seja uma pesquisa sobre o tema. Coletivamente, construa um rol de perguntas que guie o trabalho e que entusiasme a turma. Como se formou o comércio em nossa cidade? Há algum comércio que é típico? Qual a relação do comércio local com o mundo?

3ª etapa
Organize uma aula sobre como pesquisar - é muito importante que a turma seja orientada quanto aos procedimentos básicos de uma investigação em diversas fontes. Levante os diferentes tipos de pesquisa que eles conhecem e traga alguns exemplos (científicas, de opinião pública, de mercado etc). Coloque questões como: por onde se começa uma pesquisa? Qual o papel da pergunta que se quer responder? É preciso muitas perguntas ou uma pergunta chave? Como escolher as fontes de informação que nos ajudam a buscar a resposta? Vamos usar a internet? Como? Vamos à biblioteca? Como pesquisar neste acervo? Podemos ter fontes orais obtidas em trabalho de campo? Quem entrevistar? Como organizar um questionário de entrevistas? Como vamos organizar os dados das entrevistas? Vamos quantificar ou desejamos apenas respostas qualitativas? Ajude-os a responder essas questões e escreva as sugestões no quadro. Deixe expostas as decisões tomadas e estruture a pesquisa.
Oriente os alunos como organizar o trabalho com as fontes bibliográficas, cartográficas e imagéticas. Reserve um tempo didático adequado para que todos possam pesquisar um conjunto de perguntas que desvendem a cidade que querem conhecer. Organize também a etapa de campo para que os alunos, em grupos, possam obter dados das fontes orais. Escolha a área central da cidade para realizar o estudo, pois geralmente é a área que concentra os marcos históricos e geográficos da função comercial da cidade.

4ª etapa
No trabalho de campo, um caderno bem organizado auxilia a obtenção de dados. Selecione fotos, textos e mapas com os alunos para montar esse caderno, deixando espaços para anotações, desenhos e colagem das fotos feitas na visita. É importante organizar os momentos, considerando o percurso que irão fazer. Se possível, faça previamente esse percurso para defini-los. Organize com eles o caderno de entrevistas de modo a obter dados quantitativos e qualitativos. Por exemplo, quais dados dos entrevistados serão tabulados na pesquisa: quantidade de homens e mulheres entrevistados, faixa etária, ocupação principal, se nasceu na cidade, se é de outra cidade. Quais dados serão analisados qualitativamente, por exemplo: o que é o comércio para você? Você gosta do que faz? O que para você representa a cara da nossa cidade? O que mudaria? Deseja declarar algo sobre a nossa cidade e o seu trabalho? Quando eu digo "nossa cidade no mundo", o que lhe vem à cabeça? A ideia é que os grupos consigam fazer pelo menos uma entrevista bem completa para capturar a percepção de diferentes pessoas que participam da atividade do comércio. Em aula, reúna os dados para analisar coletivamente. Essa análise pode ser quantitativa ou qualitativa, comentando os possíveis significados das palavras utilizadas pelos entrevistados.

5ª etapa
Após a pesquisa de campo proponha a preparação do documentário. Ele pode ser feito a partir das fotografias e textos já obtidos na primeira visita ao centro ou em nova etapa de campo para a obtenção de novas imagens (filmadas ou fotografadas). Os grupos devem iniciar a construção do documentário. Para repertoriá-los, exiba alguns exemplos ou trechos que mereçam destaque. Oriente para que observem: a narração, a sequência de imagens, as músicas. Destaque as etapas técnicas de um documentário: a construção de um roteiro de texto verbal e não verbal (neste caso a fotografia ou filme), a sequência de cenas e texto dos narradores, a escolha do fundo musical. Reúna os alunos para discutir como poderia ser o documentário sobre o comércio na sua cidade.
Divida a turma em grupos e proponha que cada grupo construa um roteiro de texto e possíveis imagens que mostrariam a paisagem urbana do comércio e seu movimento. Organize uma aula expositiva sobre os dados já obtidos na pesquisa, colocando na lousa o tema da sequência: o lugar do comércio no mundo e o mundo do comércio no lugar. Acrescente três grandes palavras chave para que os alunos pensem como contariam essa história para outros colegas: MUDANÇA, RUPTURA, PERMANENCIA.
Prepare uma nova rodada de questionamentos: o que o comércio de nossa cidade tem que é próprio de como as pessoas vivem seu cotidiano? Qual é a marca do lugar, aquilo que temos em comum e apreciamos? O que nossa cidade possui que é marca do mundo? Peça que cada aluno escolha uma das fotos tiradas no campo e explique o que vê sobre o tema do documentário.

6ª etapa
É hora de produzir o documentário. Para isso treine a filmagem com eles. Se forem utilizar apenas as fotografias, faça um pequeno treinamento com a câmera fotográfica (também útil para o uso da filmadora). Por exemplo: o que é um plano fechado? O que é um plano aberto (panorâmica)? Qual a função do narrador? Quem entrevistar? Quanto tempo devemos filmar para produzir um documentário de 15 minutos? Proponha uma nova ida a campo para a gravação, com coleta de dados de acordo com os critérios levantados pelos alunos. Para a edição, solicite orientação de um profissional que possa ensinar os alunos como fazer cortes e fusões de imagens.

7ª etapa
Reúna a turma para assistir e debater o tema pesquisado. Retome o que foi levantado na primeira aula e proponha uma reflexão: o que sabíamos sobre o comercio em nossa cidade e o que sabemos sobre o mundo do comércio na cidade?

Avaliação
Avalie em cada etapa os seguintes aspectos:
1) dos conhecimentos que o aluno já possui sobre o comércio no lugar onde vive;
2) dos conhecimentos já estudados em outras séries em geografia, buscando conhecer se associam a geografia ao estudo do espaço;
3) de como o aluno procede enquanto realiza atividades de leitura de textos e imagens.

Considere também:
- A participação e disposição dos alunos nas diferentes atividades realizadas.
- O registro de observação utilizando pautas individuais contendo itens relacionados aos objetivos (por exemplo: com que grau de dificuldade lê imagens ou escreve o roteiro do documentário?).
- As anotações sobre como o aluno atua nas atividades de pesquisa (sabe obter a informação que precisa? Retira e reelabora a informação de acordo com sua pergunta de pesquisa?).


Fonte:http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/lugar-comercio-mundo-mundo-comercio-lugar-674334.shtml
Nossas regiões hidrográficas

Introdução
Para utilizar as informações disponibilizadas pela internet é importante que os alunos não sejam usuários passivos deste recurso. É muito frequente o aluno pesquisar apenas copiando o produto digital (em texto, fotos, mapas etc.). Numa sequência de atividades simples orientada por você, o aluno pode aprender a buscar, organizar e comparar informações interagindo com os dados, discutindo e contextualizando a informação.

Objetivos
- Utilizar o procedimento de organização e registro de dados geográficos com informações da internet.
- Exercitar a competência da leitura de informações cartográficas em formato digital.
- Comparar e questionar diferentes tipos de dados.
- Questionar e debater as informações disponíveis.

Ano
8º e 9º anos.

Tempo estimado
Esse trabalho destina-se a sala de aula, mas também envolve pesquisa em casa e o uso de recursos de informática. Pode ser feito no segundo bimestre, quando os alunos já estão mais integrados e a rotina de estudo está mais organizada. Deve-se reservar no mínimo seis aulas, sendo duas para o trabalho no computador.

Material necessário
- Atlas Geográfico do Brasil
- Computadores ligados a internet para acessar o site Brasil das Águas- Cartolina
- Papel almaço para rascunho
- Lápis colorido
- Textos
 - Livros didáticos e paradidáticos

Desenvolvimento
Parte 1
Apresentando a atividade
Registre no quadro as atividades que serão realizadas passo-a-passo. Coloque na lousa o nome do site (www.brasildasaguas.com.br) e faça um esquema da página de abertura do site na lousa para que os alunos possam identificar o roteiro de busca que você irá propor e tirar suas dúvidas.
Explique a página de abertura do site indicando que o trabalho será feito sobre o item "Regiões Hidrográficas". Organize a turma em 12 grupos, conforme as regiões, para que possam trabalhar com todas as regiões hidrográficas apresentadas no mapa do site. Em seguida construa com seus alunos uma ficha de busca de informações. Veja um exemplo:
- Nome da região hidrográfica
- Quantas bacias hidrográficas aparecem no mapa desta região?
- Qual a área total da região hidrográfica?
- Quais estados abrange?
- Qual o número de municípios?
- Qual é o clima da região?
- Quanto chove em média?
- Quais são os usos principais da água nesta região?
- Qual é a população que vive nesta região?
De posse da ficha, organize os alunos para que possam pesquisar no site os dados para cada região. Essa organização depende dos recursos de informática de sua escola. Pode ser feita durante uma aula na sala de informática ou no horário extra. O importante é que os alunos consigam obter as informações da ficha. Se sugerirem alguma informação que não esteja no site, não considere um problema. Deixe que obtenham em outras fontes.
Em sala de aula, cada grupo deve organizar um painel com os dados de sua região hidrográfica. Com base nos painéis encaminhe um debate sobre semelhanças e diferenças entre as regiões. É importante comparar os dados de população e usos da água.
Reúna os alunos em grupos e oriente para que eles pesquisem em livros e atlas informações sobre os problemas sociais e ambientais dessas regiões hidrográficas. Peça para que um aluno de cada grupo faça o registro escrito das informações, anotando a relação de problemas que encontraram.
Proponha durante o debate que os alunos façam algumas sugestões de soluções para resolução desses problemas. Escreva as hipóteses dos alunos em forma de síntese, por frases, no quadro de giz.

Parte 2 Trabalho com texto informativo
Solicite aos alunos que retornem ao site e agora procurem no item "Regiões Hidrográficas" os "Aspectos Relevantes" de cada região. Solicite a leitura do texto que pode ser em duplas na tela do computador ou compartilhada na sala de aula se for impresso.
Definir como propósito da leitura comparar a síntese da turma e as informações dos textos.
Ler o texto, procurando identificar o assunto e o tema: de que esse texto trata? O que particularmente fala a respeito?
Sintetizar o texto, elaborando um esquema para expressar a compreensão global do texto quanto aos principais problemas apontados e às medidas e soluções propostas pelo autor do texto.
Em sala de aula, os textos e sínteses podem ser comparados para que os alunos avaliem aquilo que aprenderam sobre as regiões hidrográficas a partir da pesquisa de informações na internet. Cada aluno deve escrever um texto pessoal com as suas conclusões sobre as regiões hidrográficas brasileiras: problemas e soluções . Algumas produções devem ser lidas para a turma.
Sugestões para a continuidade do trabalho
Com base nessas primeiras atividades, defina junto com os alunos um caminho para novos estudos apoiados nas informações do site. Veja alguns temas que podem ser abordados em seguida:
- O uso da água nas grandes cidades.
- O papel da indústria e da agricultura na contaminação da água
- Como é o saneamento básico em minha cidade.
- A importância das florestas na proteção dos recursos hídricos.
- Produzindo mapas de bacias hidrográficas.


Avaliação
Sugere-se ao professor uma avaliação por instrumentos diversificados, na qual observe o desempenho do aluno em atividades coletivas e individuais, tais como produção escrita das fichas, textos, esquemas, pesquisa e organização das informações. Além disso, preste atenção em aspectos como a cooperação no trabalho em grupo, a performance na apresentação oral e a capacidade de discutir um assunto e defender uma ideia. Registre se os alunos são capazes de utilizar registro de dados a partir da consulta de informações de internet.

Mobilidade urbana: delimitação cartográfica

Objetivos
- Conhecer geograficamente o espaço do cotidiano.
- Entender as condições de mobilidade existentes.
- Avaliar o espaço e sua influência na qualidade de vida.

Conteúdos
- Espaço e delimitação em escala.
- Mobilidade urbana e meios para sua realização.

Anos
8º e 9º anos.

Tempo estimado
Cinco aulas.

Material necessário
Mapa do município ou de segmentos de área metropolitana, lápis de cinco cores diferentes, além de um preto (de preferência 2B, de grafite macio), régua e um computador com acesso à internet, se possível.

Flexibilização
Inserir fotos de lugares conhecidos e frequentados pelo aluno com deficiência intelectual no mapa pode ajudá-lo a traçar seus percursos e a escrever legendas com descrições. Caso ele apresente limitações motoras, ele pode contar sobre a sua rotina e falar mais sobre os lugares da cidade que conhece. Neste caso, o tracejado no mapa pode ser feito por você ou por um colega. Ele também precisa ter noções elementares de tempo e de quantificação para investigar os valores de suas viagens. Amplie o tempo de realização da atividade e estimule o aluno a contar sobre as próprias dificuldades de acessibilidade que enfrenta. Ele tem muito a contribuir com o grupo.

Desenvolvimento
1ª etapa
Instigue os estudantes a falar sobre seu cotidiano e observe se eles possuem conhecimentos sobre mapas e/ou os utilizam em sua rotina. Exponha a primeira etapa do trabalho e distribua o material. Defina a localização da escola como um ponto de referência comum.

2ª etapa
Solicite aos alunos que localizem em seu mapa individual a escola, a casa, a biblioteca, o supermercado ou outros locais frequentados por eles. Acompanhe as inserções deles nos mapas. Depois, peça para traçarem percursos que são realizados de ponto a ponto (da escola para a casa, por exemplo). Os traços devem ser feitos durante uma semana, incluindo o sábado e o domingo, com um lápis grafite do mesmo número, para que os traços fiquem com a mesma espessura (se um percurso se repetir várias vezes na semana, o estudante fará um traço imediatamente ao lado do outro e ele ficará mais espesso que os demais ao fim da atividade). Eles devem anotar o tempo médio do trajeto ao lado de cada traço, o tipo de transporte utilizado (ônibus, bicicleta etc.) e o valor gasto (se um percurso foi feito dez vezes a um custo de R$ 2, o total foi de R$ 20, por exemplo). Abra para discussão. Cada aluno apresenta seu mapa e fala das condições de mobilidade disponíveis. Por fim, peça que observem pontos de lazer (parques, bibliotecas etc.) em seu espaço cotidiano com base nas próprias observações ou em sites (leia o quadro Quer Saber Mais? desta matéria) e digam se os frequentam e se gostariam de frequentá-los.

3ª etapa
Divida a classe em grupos de cinco alunos. Peça para cada grupo elaborar em conjunto um mapa que reúna os mapas individuais feitos anteriormente. Em uma nova cópia, eles devem assinalar os pontos frequentados em lápis preto (haverá repetições, provavelmente, e elas devem ser assinaladas uma ao lado da outra). Em seguida, cada aluno, com uma cor diferente de lápis, traça seus percursos e faz uma legenda com a cor correspondente a seu nome. Isso resultará num espaço cotidiano mais amplo e servirá para mostrar a mobilidade de todos os membros de cada grupo. Peça que todos analisem o material, avaliando as condições de mobilidade e dos espaços públicos.


Avaliação
Esta atividade permite dois tipos de avaliação. Na individual, cujo produto principal é o mapa de cada aluno, deve-se aferir o cuidado e a organização da observação e a capacidade de "cartografização" das informações - senso de localização e obtenção de algo visualizável devem ser considerados. Na coletiva, a experiência individual dará repertório à discussão e à produção do mapa coletivo e do relatório.