quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Tópico
Fragmentação
(Recorte do Roteiro de Atividades - CRV)
Mapeando a espacialidade da fragmentação mundial
Observação: Ao final, há um glossário para melhor nortear o seu trabalho com os alunos.

Dos temas  que nos ajudam a compreender a  intensificação das tensões  do pós-Guerra Fria, a fragmentação política, cultural, econômica, ambiental, é um dos mais contextualizados. Os conflitos e a desorganização do território estão presentes cotidianamente na TV, no rádio e na leitura de periódicos como jornais, revistas e boletins eletrônicos. Para que você, professor,  possa entender as regiões de conflito no mundo e fazer uma crítica da leitura da mídia sugerimos atividades de interpretação do território, a partir das sequências didáticas.

Atividade 1 
Diagnosticando  e problematizando os conhecimentos iniciais sobre as fragmentações: mundial, regional, local.

·         O que você sabe sobre o território e o seu uso pelos homens?
·         O que você entende por fragmentação?
·         Que relação existe entre território, nação, país, pátria? Como diferenciá-los
·         Explique sua noção de territorialidade. Dê exemplos.
·         As fronteiras políticas têm o mesmo significado que as fronteiras simbólicas? Como identificá-las? Quais suas representações sobre elas?
·         Como explicar a reorganização do espaço político mundial com o avanço da modernização? É possível classificar essa fase de (des) ordem mundial?
·         Qual relação pode ser estabelecida entre a geopolítica como estratégia de defesa do território e a discussão das denominadas “ordens mundiais”, que propõem regras de relacionamento entre as nações?
·         Que informações você detêm sobre conflitos separatistas no Brasil? E no estado em que mora? E no município de vivência?
·         No seu município há conflitos políticos, econômicos, ambientais e culturais? Enumere-os por ordem de importância local, descrevendo suas razões e propondo soluções para sua amenização.
·         Quais seus prognósticos para as regiões de conflito no mundo? Que soluções você conhece que poderiam resolver ou amenizar o relacionamento  tenso entre nações em fragmentação?
·         Organize um Índice registrando seus conhecimentos, com data, para que possa acompanhar suas aprendizagens.
·         Participe da apresentação no coletivo da sala de aula. Acrescente as novas informações ao seu Índice.

Atividade 2
Seminário de textos para ampliar as noções de conflitos e tensões nos Bálcãs, Cáucaso, Himalaia e Montanhas dos Grandes Lagos no centro da África

·         Roteiro de leituras:  organizar 4 grupos sendo um para cada texto; preparar a leitura e o debate, apresentar os questionamentos e curiosidades, organizar sínteses no coletivo

TEXTO 1  - A destruição da Bósnia multiétnica

As conquistas otomanas do século XV  ao XVII  no SE da Europa levaram para a região  uma nova cultura e religião. O legado histórico da dominação turca foi a constituição de maiorias muçulmanas nas atuais Albânia (70% da população) e Bósnia (42% da população) e minorias  significativas em países  como a nova Iugoslávia, a Macedônia e a Bulgária.
O recuo otomano atravessou quase todo século XIX,  desde a autonomia da Sérvia (1817) e a independência grega (1829),  passando pela guerra da Criméia (1853-56) e pela guerra  russo-turca (1877-78),  até a Primeira Guerra Mundial. Ao longo da lenta decadência otomana, constituíram-se os Estados Nacionais balcânicos, que tornaram-se leitos comuns do cruzamento de culturas e religiões diversas.
O exemplo mais notável do cruzamento de correntes históricas na região balcânica foi a Iugoslávia, que antes de se estilhaçar agrupava 5 grupos nacionais( sérvios, eslovenos, croatas, montenegrinos e macedônios) e três religiões ( católica, cristãos ortodoxos e islâmica) A Bósnia conhecida como ‘Iugoslávia em miniatura’ ,  sintetizava  a diversidade mais ampla na convivência entre a maioria relativa muçulmana  e as minorias sérvia ortodoxa e croata católica.
O colapso da Iugoslávia, destruída pelos nacionalismos étnicos a partir de 1991, atiçou o fogo na palha Bósnia.  Nos anos seguintes, a  guerra étnica devastou a Bósnia num ritmo incessante, apenas interrompido  por tréguas precárias e efêmeras.  A velha capital, Saravejo,  onde soou o sinal  para o início da Primeira Guerra,  perdeu sua condição de símbolo da tolerância e da pluralidade entre povos  e culturas para converter-se em signo associado ao ódio étnico.

Uma paz fria cai sobre a Europa
Há sete anos, a queda do muro de Berlim e a desagregação do bloco soviético na Europa Oriental desestruturaram o equilíbrio geopolítico europeu da Guerra fria. Há cinco anos, a implosão da URSS e da Iugoslávia redesenhou as fronteiras do Leste Europeu  e nos Bálcãs, introduzindo novos enigmas sobre o futuro do continente. Em 1995, sob o fogo da Guerra na Bósnia, começaram a se delinear as opções estratégicas das potências europeias no complexo cenário de Pós-guerra Fria.
A guerra balcânica dissolveu as luminosas esperanças depositadas no futuro das relações entre a Rússia e o Ocidente com a manutenção da aliança tradicional com a Sérvia. O governo americano solidificou os laços entre o Ocidente e a Croácia. No encerramento  da guerra balcânica, a Grande Sérvia e a Grande Croácia emergem como peões regionais da rivalidade entre as potências.” MAGNOLI, Demétrio et alli. Panorama do mundo–2. SP:Scipione, 1996,p. 64-71.


TEXTO 2 - A Chechênia e o Cáucaso

(...) O Estado russo enfrenta um desafio mais vital dentro de suas próprias fronteiras. Organizado sob a forma de uma federação, que abrigava 21 repúblicas étnicas além da própria Rússia, ele sofre as pressões centrífugas liberadas pelo desmoronamento do poder comunista.
Um novo e estranho nome entrou no vocabulário político no dia 2 de novembro de 1991, quando o governo liderado por Djokhar Dudaiev, proclamou a independência. Chechênia. Entre dezembro de 1994 e março de 1995, o mundo acompanhou estarrecido o assalto das tropas russas à capital, Grozny, ocupada após bombardeios aéreos. A Chechênia é uma das repúblicas que compõem a Federação Russa. Localizada nas vertentes setentrionais da Cordilheira do Cáucaso e nos vales banhados por rios  que deságuam no mar Cáspio abriga uma população de um milhão de habitantes. Cerca de 60% são etnicamente chechenos, povo descendente de pastores caucasianos que no século XVIII abandonaram o cristianismo para aderir ao Islã.
O conflito na Chechênia assumiu forma de guerrilha desde a ocupação de Grozny. As forças separatistas, a partir de esconderijos nas montanhas do sul, passaram a fustigar as tropas russas.
A ausência de instituições democráticas enraizadas e de um pacto federativo legítimo estimula os separatismos regionais e étnicos, ameaçando a unidade do Estado russo. O foco principal da instabilidade étnica localiza-se nas repúblicas do Cáucaso russo. Como ocorre na Chechênia, a maioria delas abriga populações majoritariamente não russas e exibe renda per capita inferior à metade do conjunto da Federação Russa. A continuidade da guerra chechena pode provocar novas tentativas separatistas na região. MAGNOLI,D. et allii.Panorama do mundo 3. SP:Scipione,1997,p.50/51


TEXTO 3 – Himalaia

O Tibet é certamente a região autônoma que, pela riqueza de sua história e pela especificidade  de sua cultura, constitui o exemplo mais contundente da diversidade do espaço chinês e do arbítrio da elite han para se impor sobre as outras nacionalidades. Ao nos depararmos  com o mapa físico da China surpreende a vastidão do platô tibetano: quase dois milhões de quilômetros quadrados acima de 3000metros de
altitude. O Tibet histórico e cultural se estende assim bem além das fronteiras estabelecidas em 1950, quando a China incorporou vastas áreas das províncias vizinhas. Antes da invasão chinesa, em 1950, a relativa  uniformidade do ambiente natural contrastava com as múltiplas identidades que compunham o Tibet. (..) prevaleciam as identidades subnacionais fundamentadas nas seitas do budismo lamaísta (Nyingma,Kargyu, Sakya, Gelupka,Bonpo) e na territorialidade definida pelas antigas províncias (Kham,toi,Tsang,Amdo), uma reforçando a outra. A presença e hegemonia crescente dos chineses han, aberta ou veladamente rechaçada pelos tibetanos, propiciou o fortalecimento de uma identidade comum, especialmente entre os habitantes das cidades, onde o confronto foi mais direto e violento. (...) Além dessa opressão político-cultural há um povo que luta por sua autonomia, o que se vê é o massacre do desaparecimento de uma das culturas mais ricas do planeta.” HAESBAERT: 1994,p58/64.

Atividade 3- Investigação para ampliação das noções de fragmentação 
·         Coleta de novas informações e ampliação das noções de tensões mundiais nas dimensões: nacionalista, separatista, fundamentalista e do narcotráfico.

Roteiro:
·         Coletar informações sobre os conflitos no Afeganistão, Iraque, Angola, Moçambique, Colômbia, Espanha, Sri Lanka, Oriente Médio.
·         Selecionar material na mídia escrita, eletrônica, nos  paradidáticos e livros didáticos de 7ª e 8ª séries.

Em grupo:
·         Discutir e problematizar os conflitos que fazem dessas nações regiões de tensão.
·         Apresentar as considerações dos grupos no debate.
·         Sistematizar  as aprendizagens no coletivo ( organizar painel para exposição)


Atividade  4 - Mapeando e explicando as fragmentações territoriais no mundo

Em grupo:
·         Utilizando-se de um mapa-múndi, vazado ou mudo,  espacializem as informações debatidas nos seminários, regionalizando-as, no Oriente Médio, América Latina, Mundo Indiano, África, Leste Europeu, Ásia Central, etc. Sejam criativos na escolha da legenda. .
·         Dar título ao mapa e inserir a autoria do grupo.
(Pode ser usado um mapa-múndi coletivo retirando a cópia no retroprojetor, bem grande, onde todos possam trabalhar coletivamente)
·         Apresentar o produto

Autoavaliação - Elaborar um conceito sobre fragmentação, posicionando-se  frente a uma nova ordem mundial e explicando se ela contribuiu para ampliar  ou reduzir os conflitos mundiais.  Apontem para um horizonte: fragmentação ou globalização mundial? Ou ambos?


Glossário:
Fundamentalista: Pertencente a uma corrente teológica que toma o livro sagrado de sua religião ao pé da letra, como os islâmicos que defendem os valores e regras tradicionais do islamismo e prega a adoção do Corão como constituição dos Estados.

Nacionalismo: Movimento  social de indivíduos que tomam consciência de formar uma comunidade em virtude dos elos étnicos, linguísticos, culturais, etc.

Separatismo: Processo político, ideológico, cultural envolvendo as identidades nacionais, regionais, locais e as resistências. São tendências de separação envolvendo escalas de fronteiras diferenciadas do Estado-Nação, província, Estado, região ou lugar.

Territorialidade: Correlação de forças espacialmente delimitada e operando sobre uma área geográfica específica. Constituem-se em diversas formas de apropriação do território por grupos sociais que vão de vendedores ambulantes num determinado espaço urbano a territórios de contravenção como o tráfico de drogas.

Território:  significa poder que se instala num grupo, numa organização social, num organismo político, num movimento reivindicatório, num país ou outro lugar qualquer da Terra. Nele, a sociedade se manifesta demarcando suas ideias, sua política, sua legitimidade e sua identidade. Isso significa entender os conflitos decorrentes da disputa pelo poder que se manifesta através das etnias, das identidades, das classes, dos territórios, dos  organismos e das instituições. Ele      não deve ser entendido apenas na escala nacional, associado à figura do Estado-Nação. Ele é construído nas mais diversas escalas de uma área de controle de uma família ou tribo indígena ao conjunto de países membros de uma comunidade, como a CEI (Comunidade dos Estados Independentes) ou a EU (União Europeia).

Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=42794&tipo=ob&cp=3366ff&cb=&n1=&n2=Roteiros%20de%20Atividades&n3=Fundamental%20-%206%C2%BA%20ao%209%C2%BA&n4=Geografia&b=s


Tópico
Revolução Técnica Científica
(Recorte do Roteiro de Atividades - CRV)

Observação: Ao final, há um glossário para melhor nortear o seu trabalho com os alunos.

Antes de realizar a sequência de atividade proposta para este Roteiro de Atividade vá à Orientação Pedagógica referente a este tópico. Nela, você professor/a, pode refletir sobre as inovações da Terceira Revolução Industrial. Das reflexões e sugestões propostas estamos organizando uma sequência didática com roteiro para o aluno, considerando que a atividade diagnóstica corresponde ao primeiro momento.

Segundo momento
Leitura de texto – Texto 1
O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO E A INFORMAÇÃO
Uma das realidades mais extraordinárias do mundo atual é a velocidade com que são transmitidas informações entre diferentes lugares, quer estejam próximos quer distantes, fazendo deles lugares mundiais. A comunicação e a circulação de informações - dados, ideias ou decisões - ocorrem instantaneamente, no chamado tempo zero. Isso sem falar que essas informações podem chegar, ao mesmo tempo, em vários lugares. Velocidade, instantaneidade e simultaneidade são características do que chamamos de meio técnico-científico informacional.
Para Milton Santos, a ciência, a tecnologia e a informação, hoje, são a base técnica da vida social, ou, em outras palavras, o meio técnico-científico informacional é um meio geográfico no qual o território inclui obrigatoriamente ciência, tecnologia e informação.
Nas últimas décadas, a revolução Tecnocientífica em curso se deu destacadamente no campo da microeletrônica e das telecomunicações, e ocorreu juntamente com a reestruturação da produção e do trabalho no sistema capitalista, da economia internacional e dos territórios. A alta tecnologia permitiu a crescente internacionalização da economia e a interpenetração das economias nacionais, ou seja, a interpenetração do capital, do trabalho, dos mercados e dos processos de produção baseados na informação. E, com isso, países e nações deixam de ser unidades econômicas de nossa realidade histórica.
A economia capitalista, dominante no mundo, estimula a competição econômica e força as empresas - principalmente as de grande porte - a buscarem a eficácia, gerando com isso uma sucessiva revolução do trabalho, da técnica e dos produtos. Sistemas cada vez mais aperfeiçoados de comunicação e de fluxos de informações, junto com técnicas mais racionais de distribuição, tais como empacotamento, controle de estoques e conteinerização, permitem a aceleração das atividades e da circulação de mercadorias. Bancos eletrônicos e dinheiro "de plástico" são inovações que agilizam os fluxos de dinheiro e permitem a aceleração dos negócios nos mercados financeiros e de serviços, tanto nacionais como internacionais.
A economia de mercado sempre buscou a redução das distâncias porque isso significaria redução do tempo de produção, de circulação e de consumo de mercadorias e, consequentemente, redução dos custos, pois, no sistema capitalista de produção, tempo é dinheiro. Grandes avanços foram feitos nesse sentido, ao longo do século XIX e na primeira metade do século XX. Foi isso que aconteceu quando surgiram as estradas de ferro, o cabo submarino, o telégrafo sem fio, o automóvel, o telefone, o rádio, o avião a jato e a televisão que, ao formarem redes técnicas de circulação e comunicação,  permitiram (cada um a seu tempo e interligando-se aos demais) realizar integrações territoriais, quebrando as barreiras físicas para o transporte e para a circulação de matérias-primas, de bens produzidos, de pessoas, de ideias, de decisões e de capital. Mas nenhuma dessas inovações comprimiu tanto o espaço, acelerando o processo de integração, como as novas tecnologias da informação.
Hoje ocorre um aumento significativo na densidade das redes de circulação e de comunicação. E essas redes podem se superpor umas às outras, permitindo simultaneamente a aceleração nos processos de integração produtiva, integração de mercados, integração financeira, integração de informações. Mas, ao mesmo tempo e perversamente, geram um processo de desintegração, pelo qual países e nações são excluídos das vantagens propiciadas pela alta tecnologia da informática, como ocorre, notadamente, com nações africanas.
No entanto, a exclusão não se dá apenas em relação às nações mais pobres. Tal exclusão atinge também milhões de trabalhadores nas economias de tecnologia mais avançada. Em países desenvolvidos, máquinas inteligentes estão substituindo trabalhadores de escritórios e operários que, a cada dia, engrossam as filas dos desempregados.
Podemos então deduzir que a tecnologia é um fator importante, mas ela, por si só, não explica a História dos homens” Geografia. Telecurso 2000,volume 2, Fundação Roberto Marinho.SP:Globo, 2000, p.56-57.http://www.geocities.com/geo_mundi/geral8.htm

Em dupla, leiam e discutam o texto. Registrem as observações e curiosidades no caderno para discutir com os demais colegas:
Problematizem:
·         Os elementos do texto que se referem às transformações da técnica no tempo. O que mudou? Qual o significado dessa mudança no cotidiano das cidades e do campo? E na vida dos homens?
·         Sobre  o significado que  a microeletrônica  e as telecomunicações imprimiram  à economia e ao Estado Nação?
·         Sobre os produtos de alta tecnologia que fizeram com que a rede do capital ( circulação/comunicação) rompesse as fronteiras dos países. Quais produtos fazem parte do seu espaço de vivência?
·         As informações sobre a revolução  técnico científico-informacional, argumentando sobre as mudanças no mundo do trabalho.
Enfim,
·         Registrem a compreensão das noções de meio técnico, meio técnico científico-informacional, rede do capital, fronteiras, integração econômica.

Leitura: - Texto 2
A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Hoje, um fantasma ronda a vida dos trabalhadores: o desemprego. Para muitos estudiosos, trata-se de um desemprego estrutural, isto é, causado pelas transformações que vêm ocorrendo no padrão ou modelo de desenvolvimento produtivo e tecnológico que predomina nos países capitalistas avançados. Essas transformações apresentam diferenças nos países onde ocorrem mas, de qualquer forma, estão alterando a organização do processo produtivo e do trabalho em todos eles e no resto do mundo também. E tais mudanças afetam o conjunto do mundo do trabalho.
À primeira vista, os robôs ou as novas tecnologias de produção parecem ser os únicos e mais cruéis causadores desse desemprego. No entanto, existem outras razões de ordem econômica, social, institucional e geopolítica que, associadas à tecnologia, formam um conjunto que explica melhor aquilo que, para alguns analistas, significaria até mesmo o fim de uma sociedade organizada com base no trabalho.
O sistema capitalista, como todo sistema econômico, sofreu transformações ao longo de sua história. As mudanças podem ser profundas, acumular tensões sociais e graves problemas econômicos, gerar crises, guerras e revoluções políticas, mas o sistema permanece basicamente o mesmo, isto é, trata-se de um sistema produtor de mercadorias cuja venda tem por objetivo o lucro. Por isso o chamamos, indistintamente, de economia de mercado ou economia capitalista.
No entanto, para que as empresas capitalistas produzam mais e mais mercadorias - com maior eficiência e melhores níveis de produtividade, ganhando em competitividade em relação a outras empresas, e sempre que possível obtendo lucros crescentes - elas precisam criar e aplicar novas técnicas e novas formas de organização da produção e do trabalho, dividir funções com outras empresas, negociar salários, estipular taxas de lucros etc.
Mas o capitalismo não se restringe apenas às unidades empresariais e suas dinâmicas internas. Na sociedade como um todo, existem outros componentes extremamente importantes que precisam ser levados em consideração, pois interferem na vida das próprias empresas. Tais componentes podem ser as formas institucionalizadas, como as regras do mercado, a legislação social, a moeda, as redes financeiras, em grande parte estabelecidas pelo Estado, ou ainda, as disputas pelo poder das nações, o comércio internacional, a renda e o consumo de cada família, a qualidade dos recursos humanos, as convenções coletivas, as ideias produzidas etc.
Quando esse conjunto de elementos, e muitos outros, é razoavelmente ajustado e aceito pela sociedade (não se trata de um consenso pleno, pois sempre haverá oposições e tensões), estamos diante de um modelo de desenvolvimento capitalista dominante, com uma organização territorial correspondente. E esse modelo permanece até que uma nova crise ocorra e novos rearranjos sejam feitos na sociedade e no espaço.
Após a crise de 1929, o modelo de desenvolvimento que aos poucos passou a dominar nos países de tecnologia avançada - Estados Unidos, Japão e em boa parte da Europa -, mantidas suas especificidades, levou o nome de fordismo, pois nesse modelo foram incluídas formas de produção e de trabalho postas em prática pioneiramente nos Estados Unidos, nas décadas de 1910 e 1920, nas fábricas de automóveis do empresário norte-americano Henry Ford.
O fordismo teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficou conhecido na história do capitalismo como Os Anos Dourados.
A crise sofrida pelos Estados Unidos na década de 1970 foi considerada uma crise do próprio modelo, que apresentava queda da produtividade e das margens de lucros. A partir da década de 1980, esboçou-se nos países industrializados um novo padrão de desenvolvimento denominado pós-fordismo ou modelo flexível.
Para compreender as tendências do novo modelo flexível, baseado na tecnologia da informação, que vem ameaçando os empregos, é necessário levantar, ainda que de forma simplificada, algumas características do fordismo e algumas razões que levaram ao seu esgotamento:
Período - Nos países de industrialização avançada, o fordismo surgiu a partir da crise de 1929, atingindo o auge de dominação nos anos 50 e 60.
Avanços tecnológicos - O fordismo contou inicialmente com os avanços tecnológicos alcançados no final do século XIX, como a eletricidade e o motor à explosão. Mais tarde incorporou os avanços da alta tecnologia desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial e que posteriormente passou para o uso da sociedade civil, a exemplo dos materiais sintéticos e do motor a jato. E, finalmente, no pós-guerra, começou a usufruir dos avanços científicos alcançados nas áreas da eletrônica e da tecnologia da informação.
Organização da produção - Nas grandes indústrias, longas esteiras rolantes levavam o produto semiacabado até os operários, formando uma cadeia de montagem. A produção dos diversos componentes era feita em série. O resultado foi uma produção em massa que utilizava maquinaria cara; por isso, o tempo ocioso deveria ser evitado a todo custo. Acumularam-se grandes estoques extras de insumos e mantinha-se alto número de trabalhadores para que o fluxo de produção não fosse desacelerado. Os milhares de produtos padronizados eram feitos para mercados de massa. Os setores industriais mais destacados eram os de bens de consumo duráveis (automóveis e eletroeletrônicos) e os de bens de produção (destacadamente a petroquímica). Entre as décadas de 1940 e 1960 surgiu uma interminável sequência de novos produtos, a exemplo de rádios portáteis transistorizados, relógios digitais, calculadoras de bolso, equipamentos de foto e vídeo.
Organização do trabalho - O trabalho passou a se organizar com base num método racional,  conhecido como taylorismo, que apresentava as seguintes características:
·         Separava as funções de concepção (administração, pesquisa e desenvolvimento, desenho etc.) das funções de execução;
·         Subdividiam ao máximo as atividades dos operários, que podiam ser realizadas por trabalhadores com baixos níveis de qualificação, mas especializados em tarefas simples, de gestos repetitivos;
·         Retinha as decisões nas mãos da gerência. Esse "método americano" de trabalho seguia linhas hierárquicas rígidas, com uma estrutura de comando partindo da alta direção e descendo até a fábrica. Os operários perderam o controle do processo produtivo como um todo, e passaram a ser controlados rigidamente por técnicos e administradores.
Organização dos trabalhadores - Houve crescimento e fortalecimento dos sindicatos. Os contratos de trabalho começaram a ser assinados coletivamente. Os salários eram ascendentes. E foram realizadas importantes conquistas de cunho social, tais como garantias de emprego, salário-desemprego e aposentadoria.
Mercado- Os mercados de massa ficavam garantidos por causa do aumento da capacidade de compra dos próprios trabalhadores. Embora ocorresse uma expansão dos mercados internacionais, eram os mercados internos que garantiam o consumo da maior parte da produção. Surgia a sociedade de consumo. Geladeiras, lavadoras de roupa automáticas, telefone e até automóveis passaram a ser produtos de uso comum. Serviços antes acessíveis a minorias, como no caso do setor de turismo, transformaram-se em serviços de massa.
* Papel do Estado - Ocorreu a ampliação e a diversificação da intervenção social e econômica do Estado, inspirada nos princípios da teoria keynesiana e do Estado do bem-estar social. O Estado nacional de caráter keyneisiano passou a interferir mais diretamente na economia, por meio, por exemplo, dos gastos públicos, dos planos de desenvolvimento regional, da criação de um número significativo de empregos no setor público e do atendimento às garantias reivindicadas pelos trabalhadores, a exemplo da garantia de emprego. E o Estado do bem-estar social desenvolveu políticas destinadas a reduzir as desigualdades sociais, como as de transportes urbanos, habitação, saneamento, urbanização, educação e saúde.
Organização do território - A organização da produção e do trabalho reorganizou o espaço geográfico. O processo de urbanização acelerou-se. As unidades produtivas atraíam umas às outras. Cresceram ainda mais as regiões industriais. As cidades se transformaram em grandes manchas urbanas. Surgiram novos bairros residenciais e distritos industriais com o apoio e incentivo estatais. Cresceram a construção civil e a massa construída de casas e prédios, em grande parte incentivadas por programas governamentais de hipotecas e empréstimos.
As metrópoles, com seus centros de negócios e de decisões constituídos pelas sedes sociais das grandes empresas, incorporaram os municípios vizinhos. Grandes regiões urbanizadas - as megalópoles - se formaram entre duas ou mais metrópoles devido à polarização que tais centros exerciam sobre as pequenas e médias cidades que se encontravam ao seu redor. Intensos fluxos de pessoas e mercadorias integraram o conjunto formado por essas cidades.
Em todas as cidades intensificaram-se o comércio, os transportes, as comunicações e os serviços em geral. As redes urbanas tornaram-se mais densas. Diversificaram-se as atividades culturais e de lazer. Cresceram as universidades e centros de pesquisa e tecnologia. Mais capitais e trabalhadores foram atraídos pelas cidades. A geografia do fordismo foi a das grandes concentrações urbano-industriais.
O modelo fordista, que floresceu no pós-guerra, dependia da subida constante dos salários para manter o mercado ativo, ou seja, manter os níveis de produção e de consumo crescentes. Porém, os salários não podiam crescer a ponto de ameaçar os lucros empresariais; mantiveram-se os níveis salariais e os lucros aumentando os preços dos produtos, o que gerou uma crise inflacionária.
Nos Estados Unidos, os gastos públicos se agigantaram, tanto interna como externamente - a guerra do Vietnã foi um exemplo. A moeda americana ficou debilitada. Esse país, que durante todo o período de domínio do fordismo assegurava a estabilidade da economia mundial com base em sua moeda - o dólar -, viu esse sistema monetário declinar. A competitividade da Europa e do Japão superavam a dos Estados Unidos. Assistia-se a uma verdadeira guerra comercial, que nunca deixou de crescer.
A partir da década de 1970, a saída foi investir num novo modelo que rompesse com aquilo que era considerado a rigidez do modelo fordista. A ordem era flexibilizar, ou seja, golpear a rigidez nos processos de produção, nas formas de ocupação da força de trabalho, nas garantias trabalhistas e nos mercados de massa, então saturados.
As empresas multinacionais, para restabelecer sua rentabilidade, expandiram espacialmente sua produção por continentes inteiros. Surgiram novos países industrializados. Os mercados externos cresceram mais que os mercados internos. O capitalismo internacional reestruturou-se.
Os países de economia avançada precisaram criar internamente condições de competitividade. A saturação dos mercados acabou gerando uma produção diversificada para atender a consumidores diferenciados. Os contratos de trabalho passaram a ser mais flexíveis. Diminuiu o número de trabalhadores permanentes e cresceu o número de trabalhadores temporários. Flexibilizaram-se os salários - cresceram as desigualdades salariais, segundo a qualificação dos empregados e as especificidades da empresa. Ampliou-se o desemprego.
Os compromissos do Estado do bem-estar social foram sendo rompidos pouco a pouco. Eliminaram-se, gradativamente, as regulamentações do Estado. (...)
A transformação do modelo produtivo começou a se apoiar nas tecnologias que já vinham surgindo nas décadas do pós-guerra (automação e robotização) e nos avanços das novas tecnologias da informação. O método de produção americano foi substituído pelo método japonês de produção enxuta, que combina máquinas cada vez mais sofisticadas com uma nova engenharia gerencial e administrativa de produção - a reengenharia, que elimina a organização hierarquizada. Agora, engenheiros de projetos, programadores de computadores e operários interagem face a face, compartilhando ideias e tomando decisões conjuntas.
O novo método, rotulado por muitos como toyotismo, numa referência à empresa japonesa Toyota, utiliza menos esforço humano, menos espaço físico, menos investimentos em ferramentas e menos tempo de engenharia para desenvolver um novo produto. A empresa que possui um inventário computadorizado, juntamente com melhores comunicações e transportes mais rápidos, não precisa mais manter enormes estoques. É o just in time.
O novo método permite variar a produção de uma hora para outra, atendendo às constantes exigências de mudança do mercado consumidor e das mudanças aceleradas nas formas e técnicas de produção e de trabalho. A ordem é manter estoques mínimos, produzindo apenas quando os clientes efetivam uma encomenda.
As grandes empresas começaram a repassar para as pequenas e médias empresas subcontratadas um certo número de atividades, tais como concepção de produtos, pesquisa e desenvolvimento, produção de componentes, segurança, alimentação e limpeza. Isso passou a ser conhecido como terceirização. Com ela, as grandes empresas reduziram suas pesadas e onerosas rotinas burocráticas e suas despesas com encargos sociais, concentrando-se naquilo que é estratégico para seu funcionamento.
A produção flexível vem transformando espaços e criando novas geografias, à medida que ocorrem redistribuições dos investimentos de capital produtivo e especulativo e, consequentemente, redistribuição espacial do trabalho. Numerosas empresas se transferiram das tradicionais concentrações urbanas e regiões industriais congestionadas, poluídas e sindicalizadas, para novas áreas nas quais a organização e o poder de luta dos trabalhadores é pouco significativa. Surgiram novos complexos de produção - os complexos científicos-produtivos -, ligados a universidades e centros de pesquisa onde as inovações são constantes.
Um caso exemplar desses complexos é o do Vale do Silício (Silicon Valley), na Califórnia, cujo modelo se difundiu por vários países. Nesse complexo, a Universidade de Stanford, juntamente com empresas do ramo da microeletrônica, criou um parque tecnológico cuja fama cresceu com a produção de semicondutores e o uso do silício como matéria-prima para sua fabricação. O Vale do Silício faz parte de uma área maior em torno da baía de São Francisco onde se estabeleceram numerosas indústrias de alta tecnologia.
Esses tecnopólos também são encontrados no interior das tradicionais regiões industriais que vêm se modernizando, a exemplo da região industrial de Frankfurt, na Alemanha, ou ainda daquelas que procuram sair de uma situação de estagnação, como no caso da região de Turim, na Itália, ou de Lyon, na França.
O sistema just in time exige também uma reorganização do território. As firmas subcontratadas pelas grandes empresas se aglomeram em torno da planta terminal de produção, criando um novo tipo de aglomeração produtiva.
Esse é o caso da fábrica da Volkswagen, instalada em Resende, no Estado do Rio de Janeiro, que vem atraindo outras empresas que produzirão, no próprio terreno da fábrica da Volkswagen, componentes utilizados na montagem de ônibus e caminhões.
Sem nenhuma dúvida, vivemos hoje mudanças profundas que se refletem no mundo do trabalho. Para os mais otimistas, a questão do desemprego tecnológico será resolvida pela própria tecnologia avançada que estimulará o surgimento de novos setores produtivos e de atividades humanas a eles ligados, exigindo, assim, novos trabalhadores. Para outros, o sonho dos empresários de fábricas sem operários está prestes a ser realizado.
Também nos setores agrícolas e de serviços, as máquinas substituem o trabalho humano. Corporações multinacionais fazem notar que estão cada vez mais competitivas, e ao mesmo tempo anunciam demissões em massa. A questão que se coloca neste final de século é a seguinte: para onde vão os trabalhadores? A resposta dependerá da posição assumida pelas sociedades como um todo.
http://www.geocities.com/geo_mundi/geral11.htm. Geografia. Telecurso 2000,volume 2, Fundação Roberto Marinho.SP:Globo, 2000, p.60-65.


Leitura do texto.
Organizem-se em grupos de 5 alunos e  preparem as atividades para a  apresentação no coletivo.
·         Relacionem  a leitura do texto 2 com a leitura do texto 1.  O texto 2 amplia os conceitos trabalhados  no texto 1? Explique.
·         Encontrem uma “possível resposta” para a pergunta lançada no final do texto 2.
·         Localizem os países mencionados no texto,  em mapa-múndi  selecionado no Atlas.
·         Recontem, em quadrinhos, o processo histórico de reordenamento do território na 2ª e 3ª Revolução Industrial.  
Atividade de casa:
·         Procurem poemas, letras de músicas,  ilustrações e propagandas que ilustrem os texto.
Atividade de sala:
·         Montagem de painel e, posteriormente da mostra sobre Revolução Técnico Científico-informacional, solicitando que os alunos tragam objetos que contem a história das técnicas nas  duas revoluções industriais.


Glossário:
Regionalizar: significa dividir o espaço em regiões ou áreas que tenham  características importantes em comum.

Regionalizar o mundo: São critérios de agrupamento das nações em grandes regiões ou conjuntos regionais.
Região: O conceito de região, associado à noção de diferenciação de área, vem perseguindo a história moderna do pensamento geográfico ao lado da paisagem, espaço, lugar e território. O grande debate em torno da região  centrou-se na busca de um método que dessa identidade à Geografia diferenciando-a das outras ciências.  Sua primeira abordagem foi o de região natural trabalhado pelos geógrafos físicos na concepção de superfície  terrestre identificada por uma combinação de elementos da natureza traduzidos na paisagem natural. Por longo tempo, a produção acadêmica e a sua transposição didática se nortearam nessa concepção.  A  noção de região e de regionalização foi, posteriormente,  enriquecida pela de paisagem natural e paisagem  cultural:  o sertão e o sertanejo, a Campanha gaúcha e o gaúcho, a Amazônia e os povos da floresta, as regiões frias com os esquimós e as desérticas com  povos nômades. Essa noção permeou a  regionalização escolar ampliando a concepção de região natural demarcando os lugares de identidade referenciados nos seus  habitantes.

Regionalidade: ela se evidencia como base territorial dos regionalismos, abrindo possibilidades de discussão sobre as identidades regionais e movimentos políticos que tem, no Nordeste brasileiro, um exemplo típico de regionalismos e política - a seca, o sertanejo, o coronelismo, as bases políticas - ampliando o entendimento da sociodiversidade, diferenças, semelhanças e identidade territorial expressas nos localismos (Bexiga em são Paulo), nacionalismos (Leste Europeu/África), separatismos (Triângulo Mineiro em MG), anexação/fragmentação (Alemanha, Iugoslávia, URSS), recortes/partilhas (Palestina).

Regionalização: seria o recorte metodológico para identificar a diferenciação ou a desigual  distribuição dos fenômenos no espaço, ou seja,  a formação e transformação de regiões desde a sua dissolução até o seu ressurgimento, num processo constante de fragmentação e integração de territórios.

Região-território: quando se passa a conviver com uma intensa globalização e fragmentação mas, que também se vê fortalecida pelas reivindicações de identidades regionais/territoriais/culturais representadas  por organizações de grupo e movimentos sociais que vão numa planetarização dos bascos  aos tibetanos, passando pelos sérvios, albaneses, curdos, palestinos, judeus, hindus, sikkis, hutus, tutsis. Nesse movimento há um deslocamento constante de migrações forçadas  como as dos refugiados tibetanos, albaneses, sérvios   ou sazonais como a dos nordestinos  redefinindo na reterritorialização a rede regional.  Ela se constitui numa rede de relações de identidade político-cultural  que vão da escala local de um bairro à mundial de conflitos diversos.

Regionalismo:  identificam as relações socioculturais de um  lugar apropriado  simbolicamente por  um grupo (palestinos, hindus, judeus, curdos, bascos, albaneses). O que se questiona é a crise do Estado-Nação. De espaço de referência identitária político, econômico, cultural eles passam a revelar o crescente processo de exclusão social trazendo a tona nacionalismos,  regionalismos, identidades étnico-religiosas redefinindo territórios.

Mercados: corresponde ao fluxo de mercadorias, capitais especulativos, informações que circulam pelo mundo através de empresas, transnacionais ou não. Os países que mais recebem investimentos podem ser classificados em dois grupos: os desenvolvidos liderados pelos EUA e os considerados em desenvolvimento ou emergentes, encabeçados pela China.

Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=42782&tipo=ob&cp=3366ff&cb=&n1=&n2=Roteiros%20de%20Atividades&n3=Fundamental%20-%206%C2%BA%20ao%209%C2%BA&n4=Geografia&b=s