quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Tópico
Fragmentação
(Recorte do Roteiro de Atividades - CRV)
Mapeando a espacialidade da fragmentação mundial
Observação: Ao final, há um glossário para melhor nortear o seu trabalho com os alunos.

Dos temas  que nos ajudam a compreender a  intensificação das tensões  do pós-Guerra Fria, a fragmentação política, cultural, econômica, ambiental, é um dos mais contextualizados. Os conflitos e a desorganização do território estão presentes cotidianamente na TV, no rádio e na leitura de periódicos como jornais, revistas e boletins eletrônicos. Para que você, professor,  possa entender as regiões de conflito no mundo e fazer uma crítica da leitura da mídia sugerimos atividades de interpretação do território, a partir das sequências didáticas.

Atividade 1 
Diagnosticando  e problematizando os conhecimentos iniciais sobre as fragmentações: mundial, regional, local.

·         O que você sabe sobre o território e o seu uso pelos homens?
·         O que você entende por fragmentação?
·         Que relação existe entre território, nação, país, pátria? Como diferenciá-los
·         Explique sua noção de territorialidade. Dê exemplos.
·         As fronteiras políticas têm o mesmo significado que as fronteiras simbólicas? Como identificá-las? Quais suas representações sobre elas?
·         Como explicar a reorganização do espaço político mundial com o avanço da modernização? É possível classificar essa fase de (des) ordem mundial?
·         Qual relação pode ser estabelecida entre a geopolítica como estratégia de defesa do território e a discussão das denominadas “ordens mundiais”, que propõem regras de relacionamento entre as nações?
·         Que informações você detêm sobre conflitos separatistas no Brasil? E no estado em que mora? E no município de vivência?
·         No seu município há conflitos políticos, econômicos, ambientais e culturais? Enumere-os por ordem de importância local, descrevendo suas razões e propondo soluções para sua amenização.
·         Quais seus prognósticos para as regiões de conflito no mundo? Que soluções você conhece que poderiam resolver ou amenizar o relacionamento  tenso entre nações em fragmentação?
·         Organize um Índice registrando seus conhecimentos, com data, para que possa acompanhar suas aprendizagens.
·         Participe da apresentação no coletivo da sala de aula. Acrescente as novas informações ao seu Índice.

Atividade 2
Seminário de textos para ampliar as noções de conflitos e tensões nos Bálcãs, Cáucaso, Himalaia e Montanhas dos Grandes Lagos no centro da África

·         Roteiro de leituras:  organizar 4 grupos sendo um para cada texto; preparar a leitura e o debate, apresentar os questionamentos e curiosidades, organizar sínteses no coletivo

TEXTO 1  - A destruição da Bósnia multiétnica

As conquistas otomanas do século XV  ao XVII  no SE da Europa levaram para a região  uma nova cultura e religião. O legado histórico da dominação turca foi a constituição de maiorias muçulmanas nas atuais Albânia (70% da população) e Bósnia (42% da população) e minorias  significativas em países  como a nova Iugoslávia, a Macedônia e a Bulgária.
O recuo otomano atravessou quase todo século XIX,  desde a autonomia da Sérvia (1817) e a independência grega (1829),  passando pela guerra da Criméia (1853-56) e pela guerra  russo-turca (1877-78),  até a Primeira Guerra Mundial. Ao longo da lenta decadência otomana, constituíram-se os Estados Nacionais balcânicos, que tornaram-se leitos comuns do cruzamento de culturas e religiões diversas.
O exemplo mais notável do cruzamento de correntes históricas na região balcânica foi a Iugoslávia, que antes de se estilhaçar agrupava 5 grupos nacionais( sérvios, eslovenos, croatas, montenegrinos e macedônios) e três religiões ( católica, cristãos ortodoxos e islâmica) A Bósnia conhecida como ‘Iugoslávia em miniatura’ ,  sintetizava  a diversidade mais ampla na convivência entre a maioria relativa muçulmana  e as minorias sérvia ortodoxa e croata católica.
O colapso da Iugoslávia, destruída pelos nacionalismos étnicos a partir de 1991, atiçou o fogo na palha Bósnia.  Nos anos seguintes, a  guerra étnica devastou a Bósnia num ritmo incessante, apenas interrompido  por tréguas precárias e efêmeras.  A velha capital, Saravejo,  onde soou o sinal  para o início da Primeira Guerra,  perdeu sua condição de símbolo da tolerância e da pluralidade entre povos  e culturas para converter-se em signo associado ao ódio étnico.

Uma paz fria cai sobre a Europa
Há sete anos, a queda do muro de Berlim e a desagregação do bloco soviético na Europa Oriental desestruturaram o equilíbrio geopolítico europeu da Guerra fria. Há cinco anos, a implosão da URSS e da Iugoslávia redesenhou as fronteiras do Leste Europeu  e nos Bálcãs, introduzindo novos enigmas sobre o futuro do continente. Em 1995, sob o fogo da Guerra na Bósnia, começaram a se delinear as opções estratégicas das potências europeias no complexo cenário de Pós-guerra Fria.
A guerra balcânica dissolveu as luminosas esperanças depositadas no futuro das relações entre a Rússia e o Ocidente com a manutenção da aliança tradicional com a Sérvia. O governo americano solidificou os laços entre o Ocidente e a Croácia. No encerramento  da guerra balcânica, a Grande Sérvia e a Grande Croácia emergem como peões regionais da rivalidade entre as potências.” MAGNOLI, Demétrio et alli. Panorama do mundo–2. SP:Scipione, 1996,p. 64-71.


TEXTO 2 - A Chechênia e o Cáucaso

(...) O Estado russo enfrenta um desafio mais vital dentro de suas próprias fronteiras. Organizado sob a forma de uma federação, que abrigava 21 repúblicas étnicas além da própria Rússia, ele sofre as pressões centrífugas liberadas pelo desmoronamento do poder comunista.
Um novo e estranho nome entrou no vocabulário político no dia 2 de novembro de 1991, quando o governo liderado por Djokhar Dudaiev, proclamou a independência. Chechênia. Entre dezembro de 1994 e março de 1995, o mundo acompanhou estarrecido o assalto das tropas russas à capital, Grozny, ocupada após bombardeios aéreos. A Chechênia é uma das repúblicas que compõem a Federação Russa. Localizada nas vertentes setentrionais da Cordilheira do Cáucaso e nos vales banhados por rios  que deságuam no mar Cáspio abriga uma população de um milhão de habitantes. Cerca de 60% são etnicamente chechenos, povo descendente de pastores caucasianos que no século XVIII abandonaram o cristianismo para aderir ao Islã.
O conflito na Chechênia assumiu forma de guerrilha desde a ocupação de Grozny. As forças separatistas, a partir de esconderijos nas montanhas do sul, passaram a fustigar as tropas russas.
A ausência de instituições democráticas enraizadas e de um pacto federativo legítimo estimula os separatismos regionais e étnicos, ameaçando a unidade do Estado russo. O foco principal da instabilidade étnica localiza-se nas repúblicas do Cáucaso russo. Como ocorre na Chechênia, a maioria delas abriga populações majoritariamente não russas e exibe renda per capita inferior à metade do conjunto da Federação Russa. A continuidade da guerra chechena pode provocar novas tentativas separatistas na região. MAGNOLI,D. et allii.Panorama do mundo 3. SP:Scipione,1997,p.50/51


TEXTO 3 – Himalaia

O Tibet é certamente a região autônoma que, pela riqueza de sua história e pela especificidade  de sua cultura, constitui o exemplo mais contundente da diversidade do espaço chinês e do arbítrio da elite han para se impor sobre as outras nacionalidades. Ao nos depararmos  com o mapa físico da China surpreende a vastidão do platô tibetano: quase dois milhões de quilômetros quadrados acima de 3000metros de
altitude. O Tibet histórico e cultural se estende assim bem além das fronteiras estabelecidas em 1950, quando a China incorporou vastas áreas das províncias vizinhas. Antes da invasão chinesa, em 1950, a relativa  uniformidade do ambiente natural contrastava com as múltiplas identidades que compunham o Tibet. (..) prevaleciam as identidades subnacionais fundamentadas nas seitas do budismo lamaísta (Nyingma,Kargyu, Sakya, Gelupka,Bonpo) e na territorialidade definida pelas antigas províncias (Kham,toi,Tsang,Amdo), uma reforçando a outra. A presença e hegemonia crescente dos chineses han, aberta ou veladamente rechaçada pelos tibetanos, propiciou o fortalecimento de uma identidade comum, especialmente entre os habitantes das cidades, onde o confronto foi mais direto e violento. (...) Além dessa opressão político-cultural há um povo que luta por sua autonomia, o que se vê é o massacre do desaparecimento de uma das culturas mais ricas do planeta.” HAESBAERT: 1994,p58/64.

Atividade 3- Investigação para ampliação das noções de fragmentação 
·         Coleta de novas informações e ampliação das noções de tensões mundiais nas dimensões: nacionalista, separatista, fundamentalista e do narcotráfico.

Roteiro:
·         Coletar informações sobre os conflitos no Afeganistão, Iraque, Angola, Moçambique, Colômbia, Espanha, Sri Lanka, Oriente Médio.
·         Selecionar material na mídia escrita, eletrônica, nos  paradidáticos e livros didáticos de 7ª e 8ª séries.

Em grupo:
·         Discutir e problematizar os conflitos que fazem dessas nações regiões de tensão.
·         Apresentar as considerações dos grupos no debate.
·         Sistematizar  as aprendizagens no coletivo ( organizar painel para exposição)


Atividade  4 - Mapeando e explicando as fragmentações territoriais no mundo

Em grupo:
·         Utilizando-se de um mapa-múndi, vazado ou mudo,  espacializem as informações debatidas nos seminários, regionalizando-as, no Oriente Médio, América Latina, Mundo Indiano, África, Leste Europeu, Ásia Central, etc. Sejam criativos na escolha da legenda. .
·         Dar título ao mapa e inserir a autoria do grupo.
(Pode ser usado um mapa-múndi coletivo retirando a cópia no retroprojetor, bem grande, onde todos possam trabalhar coletivamente)
·         Apresentar o produto

Autoavaliação - Elaborar um conceito sobre fragmentação, posicionando-se  frente a uma nova ordem mundial e explicando se ela contribuiu para ampliar  ou reduzir os conflitos mundiais.  Apontem para um horizonte: fragmentação ou globalização mundial? Ou ambos?


Glossário:
Fundamentalista: Pertencente a uma corrente teológica que toma o livro sagrado de sua religião ao pé da letra, como os islâmicos que defendem os valores e regras tradicionais do islamismo e prega a adoção do Corão como constituição dos Estados.

Nacionalismo: Movimento  social de indivíduos que tomam consciência de formar uma comunidade em virtude dos elos étnicos, linguísticos, culturais, etc.

Separatismo: Processo político, ideológico, cultural envolvendo as identidades nacionais, regionais, locais e as resistências. São tendências de separação envolvendo escalas de fronteiras diferenciadas do Estado-Nação, província, Estado, região ou lugar.

Territorialidade: Correlação de forças espacialmente delimitada e operando sobre uma área geográfica específica. Constituem-se em diversas formas de apropriação do território por grupos sociais que vão de vendedores ambulantes num determinado espaço urbano a territórios de contravenção como o tráfico de drogas.

Território:  significa poder que se instala num grupo, numa organização social, num organismo político, num movimento reivindicatório, num país ou outro lugar qualquer da Terra. Nele, a sociedade se manifesta demarcando suas ideias, sua política, sua legitimidade e sua identidade. Isso significa entender os conflitos decorrentes da disputa pelo poder que se manifesta através das etnias, das identidades, das classes, dos territórios, dos  organismos e das instituições. Ele      não deve ser entendido apenas na escala nacional, associado à figura do Estado-Nação. Ele é construído nas mais diversas escalas de uma área de controle de uma família ou tribo indígena ao conjunto de países membros de uma comunidade, como a CEI (Comunidade dos Estados Independentes) ou a EU (União Europeia).

Fonte: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=42794&tipo=ob&cp=3366ff&cb=&n1=&n2=Roteiros%20de%20Atividades&n3=Fundamental%20-%206%C2%BA%20ao%209%C2%BA&n4=Geografia&b=s


Um comentário:

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